Nos últimos anos, observa-se um crescimento na romantização da magreza excessiva, especialmente nas redes sociais. Fotos, vídeos e conteúdos que exaltam corpos extremamente magros acabam criando um ideal estético que, muitas vezes, é confundido com sinônimo de saúde.
Magreza excessiva não é sinônimo de saúde
A pressão estética leva muitas pessoas a associarem magreza a beleza, sucesso e até saúde, mas isso nem sempre é verdade e em alguns casos pode significar justamente ao contrário. O corpo saudável não tem um tamanho único. Ele é resultado de diversos fatores: composição corporal, genética, rotina de sono, alimentação, exercícios e até equilíbrio emocional.
O chamado “peso ideal” não é o menor peso possível, mas sim aquele que você consegue manter com equilíbrio, sem abrir mão do seu bem-estar físico e mental - ou seja, o menor peso nem sempre é o melhor peso!
Consequências da busca por padrões irreais e insustentáveis
Perseguir padrões estéticos insustentáveis e irreais pode ocasionar prejuízos à saúde, tais como:
- Déficits nutricionais: ingesta insuficiente de macro e micronutrientes essenciais, comprometendo funções fisiológicas básicas
- Alterações hormonais: disfunções no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, alterações tireoidianas e supressão da função reprodutiva
- Perda de massa muscular (sarcopenia relativa): redução da massa magra, com impacto negativo sobre metabolismo basal e performance física
- Transtornos alimentares: anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno da compulsão alimentar periódica
- Distúrbios de imagem corporal: percepção distorcida do corpo, com risco de perpetuação de condutas nocivas
Ou seja: magreza excessiva não é sinônimo de saúde.
Saúde é muito mais do que estética
Ter saúde significa ter energia, força, imunidade e equilíbrio emocional. A alimentação existe para nutrir, sustentar as funções do corpo e dar condições para que possamos nos mover, praticar exercícios e aproveitar tudo o que nosso corpo é capaz de realizar.
Exercícios físicos e boa nutrição não devem ser encarados apenas como ferramentas para moldar a aparência. Eles são aliados da funcionalidade, vitalidade e qualidade de vida.
O impacto das redes sociais
Diante da grande exposição a conteúdos digitais, é fundamental desenvolver um olhar crítico em relação às mensagens veiculadas nas redes sociais. Frequentemente, tais conteúdos refletem realidades editadas, filtradas e desconectadas do cotidiano da maioria das pessoas, podendo induzir comparações prejudiciais e expectativas irreais.
Conclusão
Mais do que perseguir um corpo extremamente magro, precisamos valorizar um corpo verdadeiramente saudável, funcional e que combine com o seu estilo de vida - compatível com a individualidade de cada pessoa. O bem-estar físico e mental deve prevalecer sobre padrões estéticos passageiros e potencialmente nocivos.
Este material foi desenvolvido a partir da gravação em vídeo com a Endocrinologista Patrícia Mathias e a Nutricionista Esportiva Dani Jodar, e adaptado para o formato de blog. O vídeo completo está disponível no Instagram @soudobroexperts.