A busca por resultados na prática esportiva vai muito além de treinar pesado e ingerir proteínas em grandes quantidades. Hoje, um conceito vem ganhando cada vez mais destaque entre atletas e profissionais de nutrição: a digestibilidade dos alimentos e suplementos, aliada à saúde intestinal, é essencial para garantir melhor absorção de nutrientes, reduzir desconfortos e otimizar o rendimento esportivo.
A digestibilidade se refere à facilidade com que o organismo consegue quebrar, absorver e utilizar os nutrientes de um alimento. Um alimento pode ter alto teor proteico, por exemplo, mas se a sua digestão for lenta ou causar desconfortos gastrointestinais, o desempenho pode ser comprometido. Quem nunca sentiu aquele inchaço ou peso no estômago durante o treino?
Por isso, cresce o interesse por suplementos com proteínas hidrolisadas (que já vêm “pré-digeridas”), blends vegetais de alta digestibilidade — como a combinação de proteína de ervilha com arroz, que ajuda a fornecer um perfil de aminoácidos mais completo e de boa absorção (Young & Pellett, 1994; Babault et al., 2015). Além disso, opções mais naturais, com menos aditivos artificiais, são cada vez mais buscadas para reduzir riscos de irritação intestinal. Entre os aditivos que podem impactar negativamente a digestibilidade destacam-se alguns corantes artificiais (como tartrazina), adoçantes como sucralose e aspartame, que podem alterar a microbiota intestinal e favorecer inflamações (Chassaing et al., 2015; Suez et al., 2014).
A saúde intestinal entra como peça-chave nesse processo. Nosso intestino é responsável por absorver praticamente todos os nutrientes que consumimos e também desempenha papel fundamental na imunidade e na regulação de processos inflamatórios. Atletas submetidos a treinos intensos podem ter maior permeabilidade intestinal — o famoso “intestino permeável” — favorecendo inflamações, desequilíbrios na microbiota e queda de desempenho.