Efeitos da desidratação para a performance

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Isotônico de blueberry Dobro

Quando o assunto é queda no desempenho esportivo, muitos tendem a atribuir isso à falta de sono, à alimentação inadequada ou até ao excesso de exercícios. No entanto, algo que passa despercebido com frequência é a hidratação. No universo dos atletas, ela nem sempre recebe a atenção devida, talvez porque as pessoas não associem tão diretamente o consumo de água e eletrólitos ao rendimento esportivo. 

 

Porém, segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte, a desidratação tem um impacto direto e significativo no desempenho físico, sendo um problema comum entre atletas. O principal mecanismo de termorregulação do corpo é a evaporação do suor durante o exercício físico, essencial para manter o equilíbrio metabólico. Contudo, se a perda de fluidos for excessiva, isso pode levar a uma desidratação suficiente para reduzir a performance já com a perda de apenas 2% da massa corporal. 

  

O que acontece no corpo durante a desidratação? 

A falta de líquidos afeta diversos processos fisiológicos importantes. Entre os efeitos mais relevantes estão: 

  • Menor fluxo sanguíneo cerebral e muscular: reduz o fornecimento de oxigênio e nutrientes para os tecidos, comprometendo a concentração e a força muscular. 
  • Aumento da tensão cardiovascular: o coração precisa trabalhar mais para bombear sangue, o que eleva a frequência cardíaca e aumenta a sensação de cansaço. 
  • Maior glicogenólise muscular: o corpo passa a usar mais rapidamente suas reservas de glicogênio, reduzindo a energia disponível para o exercício prolongado. 

Esses fatores se somam e levam a um aumento da percepção de esforço, ou seja, o exercício parece muito mais difícil do que realmente seria em condições normais. Como consequência, o desempenho acaba prejudicado. 

 

O impacto da desidratação no calor e na performance 

A perda de líquidos pelo suor depende da intensidade do exercício e das condições ambientais, como temperatura e umidade. Quando não há reposição adequada, a temperatura corporal aumenta rapidamente, o que pode sobrecarregar o sistema cardiovascular e resultar em fadiga. 

  • 1% a 2% de desidratação: aumento da temperatura corporal em até 0,4°C para cada percentual subsequente de desidratação. 
  • 3% de desidratação: redução significativa do desempenho. 
  • 4% a 6% de desidratação: fadiga térmica. 
  • Acima de 6%: risco de choque térmico. 

Além disso, a desidratação provoca a perda de eletrólitos fundamentais, como sódio, magnésio e potássio. Esses minerais desempenham papéis cruciais, como: 

  • Manutenção da contração muscular. 
  • Regulação do equilíbrio hídrico e do pH corporal. 
  • Suporte à função cardiovascular e à oxigenação dos tecidos. 

Como prevenir a desidratação e seus efeitos? 

Uma boa preparação antes, durante e após os treinos é essencial para garantir que o corpo esteja equilibrado em termos de energia e hidratação. Estratégias práticas incluem: 

  • Consumo regular de água e bebidas isotônicas. 
  • Reposição de eletrólitos por meio de alimentos ou suplementos específicos. 

Manter-se hidratado vai muito além de matar a sede – é uma estratégia essencial para quem quer dar o máximo no esporte e proteger a saúde.

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Referências

  • Nutrition and Athletic Performance. Medicine & Science in Sports & Exercise 48(3):p 543-568, March 2016. | DOI: 10.1249/MSS.0000000000000852
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