Hormônios do estresse e da obesidade e o impacto na performance esportiva
O cortisol é um hormônio fundamental para o organismo, já que é responsável pela regulação de diversos processos metabólicos do corpo. Seus níveis plasmáticos sofrem alterações em diferentes momentos do dia, devido a ação de agentes estressores que corresponde a fatores internos e externos relacionados ao cotidiano de cada um. Essas alterações, permite que o organismo adquira resistência sobre o meio no qual está inserido, entretanto, se a exposição a esses agentes for constante, pode ocorrer o surgimento de patologias como a obesidade.1
Sobre o cortisol
O cortisol, faz parte de uma classe de hormônios chamada glicocorticoides, que são responsáveis por controlar algumas funções do nosso metabolismo como:2
- Atua no metabolismo dos carboidratos estimulando o processo de gliconeogênese e reduzindo a glicólise
- Tem ação hiperglicemiante, e pode favorecer o desenvolvimento de um quadro patológico de diabetes adrenal sendo moderadamente resistente à insulina mesmo havendo a liberação desse hormônio na circulação sanguínea.
- No metabolismo dos lipídeos ele diminui o transporte de glicose para os adipócitos reduzindo a sensibilidade deste à insulina e em períodos prolongados pode estimular o processo de lipogênese.
Estresse e Obesidade
O estresse crônico, é um desestabilizador da homeostase corporal, desencadeando consequentemente diversas respostas de defesa. O cortisol em altas concentrações é capaz de aumentar a síntese dos receptores de LDL e HDL, e da 3-hidroxi-3metilglutaril coenzima A redutase, que está associada ao processo de biossíntese do colesterol.3
A obesidade representa outro fator diretamente ligado ao aumento dos níveis de cortisol plasmático, onde nesses indivíduos há um aumento da ativação do eixo hipotálamo hipófise-adrenal havendo consequentemente a elevação da síntese de cortisol pelas glândulas adrenais. Em paralelo, essa patologia está associada ao surgimento de outras condições secundárias que elevam os níveis de cortisol, e estão associadas ao acúmulo de gordura abdominal que possibilita a geração de um ciclo vicioso.4
Através de estudos realizados analisando a farmacocinética do cortisol na obesidade, verifica-se que os níveis desse hormônio estão diretamente ligados a quantidade de gordura abdominal que o indivíduo apresenta, com isso a secreção do cortisol é cada vez mais alta quanto maior for a quantidade de gordura visceral no corpo.4
Impacto na performance esportiva
O aumento do peso corporal está diretamente relacionado com piora da capacidade física, da vitalidade e de dores corporais, causando anormalidades na função respiratória, que incluem diminuição na capacidade funcional. A resposta cardiorrespiratória ao exercício é diretamente proporcional à demanda de oxigênio (O2) da musculatura esquelética, ao consumo de oxigênio miocárdico e à frequência cardíaca (FC), que aumentam linearmente conforme o trabalho físico realizado.5
Atualmente, o VO2max é a variável que representa o melhor índice objetivo do desempenho cardiovascular. Pessoas obesas apresentaram valores de VO2max significativamente menores quando comparada com pessoas eutróficas, isso consequentemente reduz a aptidão física e capacidade funcional de indivíduos obesos.5