Exercício físico e imunidade: entenda a relação

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Hidra iso da Dobro com vitamina C

Já é muito bem descrito na literatura, que praticar atividade física regularmente em uma intensidade moderada, reduz a incidência de infecções bacterianas, virais, doenças crônicas não transmissíveis, além de outros indicadores de um sistema imunológico fortalecido. Porém, quando se trata de uma prática de atividade física com intensidade rigorosa, mais próxima do VO2 máximo, estão associadas a efeitos contrários ao “abrirem uma janela” de exposição ao reduzirem a atuação das células imunes. 

 

De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, a atividade física moderada é caracterizada por uma respiração acelerada e um aumento moderado dos batimentos cardíacos, correspondendo a cerca de 45% a 60% da sua capacidade máxima. Nessa intensidade, o esforço percebido é classificado entre 5 e 6 em uma escala de 0 a 10. Por outro lado, a atividade física vigorosa é marcada por uma respiração muito mais rápida e um aumento considerável dos batimentos cardíacos, ultrapassando os 60% da frequência cardíaca máxima, e nessa intensidade, o esforço percebido é classificado entre 7 e 8. 

 

Em um estudo, foi identificado que quando o exercício físico tem intensidade moderada, há um aumento permanente nas células do sistema imune durante e após o treino. E consequentemente, essas pessoas demonstraram ter menor risco de infecções bacterianas (como sinusite, conjuntivite e sífilis), virais (como gripe, sarampo e hepatite A). Entretanto o efeito contrário também foi descrito quando observaram a prática de atividade física rigorosa, por mais que durante o exercício físico tenha sido identificado um aumento das células imunes, após a atividade foi percebida uma redução expressiva delas. 

 

Para um atleta de elite, infecções respiratórias e gastrointestinais signfica limitar a sua disponibilidade para treinar e participar de grandes competições, resultando em 'perda de tempo' durante o treinamento, e redução do volume e ou intensidade do treino.  

Fatores que podem levar a queda de imunidade em atletas:  

  • Praticar atividade física em excesso 
  • Altos níveis de estresse psicológico 
  • Depressão e ansiedade  
  • Sono ruim  
  • Restrição energética 
  • Má alimentação  
  • Consumo de álcool  

 

Pensando nisso, a nutrição pode ser uma grande aliada já que é capaz de fornecer ativos que podem melhorar a resposta imune e promover uma vida mais saudável. Confira alguns ativos a seguir:  

  

  • Vitamina C: função antioxidante capaz de neutralizar espécies reativas de oxigênio em processos inflamatórios, auxilia na prevenção de infecções respiratórias.  

  

  • Vitamina D: nutriente com ação anti-inflamatória, aumento da imunidade inata por meio da indução de proteínas antimicrobianas, efeito protetor contra infecções respiratórias.   

  

  • Probióticos: reforçam a barreira intestinal, e competem com patógenos tanto pela fixação ao epitélio intestinal quanto pelos nutrientes disponíveis, podem inibir o crescimento de patógenos no intestino.  

  

  • Zinco: possui ação antioxidante e influência na maturação e proliferação das células de defesa como os leucócitos e as células NK. 

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Referências  

  • DA LUZ SCHEFFER, Débora; LATINI, Alexandra. Exercise-induced immune system response: Anti-inflammatory status on peripheral and central organs. Biochimica et Biophysica Acta (BBA)-Molecular Basis of Disease, v. 1866, n. 10, p. 165823, 2020. 

 

  • Riebe D, Franklin BA, Thompson PD, Garber CE, Whitfield GP, Magal M, Pescatello LS. Updating ACSM's Recommendations for Exercise Preparticipation Health Screening. Med Sci Sports Exerc. 2015 Nov;47(11):2473-9. doi: 10.1249/MSS.0000000000000664. Erratum in: Med Sci Sports Exerc. 2016 Mar;48(3):579. PMID: 26473759.   

 

  • Walsh NP. Nutrição e saúde imunológica do atleta: novas perspectivas sobre um velho paradigma. Sports Med. 2019 Dez; 49 (Suppl 2): 153-168. DOI: 10.1007/S40279-019-01160-3. PMID: 31691927; PMCID: PMC6901425. 

 

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