Hidratar para Vencer: Guia Pré, Intra e Pós-Treino 

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Você já sentiu aquela queimação nos músculos, a cabeça latejando, e a performance despencando no meio de um treino intenso ou, pior, no auge de uma prova importante? Aquele momento em que o corpo simplesmente "desliga", o ritmo cai e a vitória parece escorregar por entre os dedos? Ou talvez a sensação de cansaço extremo e exaustão que se arrasta por horas depois de um esforço? 

 

Se a resposta é sim, você não está sozinho. E o culpado, muitas vezes, não é a falta de preparo, mas sim um inimigo silencioso e traiçoeiro: a desidratação. Seja você um corredor, tenista, jogador de futebol, ciclista, ou qualquer esporte que te faz suar a camisa, a hidratação é o combustível invisível que garante que seu motor funcione na potência máxima. A perda de apenas 2% do peso corporal em fluidos já pode comprometer significativamente o desempenho físico e cognitivo (Sawka et al. 2007). 

 

Não é só sobre beber água quando sente sede. É uma estratégia inteligente, dividida em três fases cruciais: pré, intra e pós-exercício. E acredite, dominar essa arte pode ser o diferencial entre um desempenho mediano e a sua melhor versão. 

 

Vamos desvendar cada etapa e entender como transformar a hidratação em sua maior aliada: 

 

1. Hidratação Pré-Exercício: Prepare seu Campo de Batalha 

 

Pense na hidratação pré-treino como o abastecimento do seu carro antes de uma longa viagem. Você não espera o tanque secar para parar no posto, certo? Com seu corpo é a mesma coisa! Começar desidratado é como dar a largada já em desvantagem. A estratégia de hidratação pré-exercício é fundamental para garantir que você inicie o esforço em estado de euhidratação (hidratação adequada), otimizando todas as funções do seu corpo para a performance (Maughan and Shirreffs 2019). 

 

Dois Dias Antes da Prova/Treino Importante: Comece a prestar atenção extra à sua ingestão de fluidos. Mantenha um consumo regular de água e outros líquidos (como sucos de frutas naturais, chás e caldos) ao longo do dia. Para a maioria dos adultos, uma meta de 2,5 a 3,5 litros de líquidos por dia é um bom ponto de partida, ajustando conforme sua sede, nível de atividade e clima (Shirreffs, Sawka, and Stone 2004). Acompanhe a cor da sua urina; ela deve estar clara, como uma limonada suave. Isso sinaliza que seu corpo está bem hidratado sem sobrecarga (Shirreffs, Sawka, and Stone 2004). 

 

Um Dia Antes da Prova/Treino Importante: Continue a hidratação consciente, visando o mesmo volume do dia anterior ou até um pouco mais se a sensação de sede for maior ou o dia estiver mais quente. Incorpore alimentos ricos em água, como frutas e vegetais. Pequenas quantidades de sódio na dieta também podem ajudar a reter a água no corpo e manter o equilíbrio eletrolítico, evitando o risco de hiponatremia induzida por super-hidratação (Volpe and Potteiger 2009). 

 

2-4 Horas Antes do Exercício: Este é o momento crucial para um "abastecimento final". Beba cerca de 5 a 10 mL de líquido por quilo de peso corporal (Thomas, Erdman, and Burke 2016). Para um atleta de 70 kg, isso significa entre 350 ml e 700 ml. O ideal é que essa bebida contenha um pouco de sódio (por exemplo, uma bebida esportiva) para ajudar na retenção de fluidos e estimular a sede (Volpe and Potteiger 2009). 

 

30-60 Minutos Antes do Início: Se possível e se sentir necessidade, beba um pequeno volume adicional, como 150-250 ml de água ou bebida esportiva. O objetivo é evitar o desconforto gástrico e garantir um último "reforço" sem sobrecarregar o estômago. 

 

Por Quê: Seguir essas etapas garante que você tenha um bom volume sanguíneo, que suas células estejam prontas para a demanda do exercício e que a regulação da temperatura corporal seja eficiente, prevenindo aquela fadiga precoce e otimizando cada movimento. 

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2. Hidratação Intra-Exercício: A Recarga em Movimento 

 

Essa é a fase mais dinâmica e onde a perda de líquidos e eletrólitos é mais evidente. Não espere a boca seca ou a sede apertar – nesse ponto, você já está desidratado e sua performance já está sendo comprometida! Para esportes de alta intensidade e longa duração (corrida, tênis, ciclismo, etc.), a água pura pode não ser suficiente, pois você perde muito mais do que H2O através do suor. Minerais essenciais como sódio, potássio, cálcio e magnésio escorrem com o suor e precisam ser repostos para evitar desequilíbrios eletrolíticos, cãibras e a queda de desempenho (Convertino, Armstrong, and Coyle 2012), (Shirreffs and Maughan 1998). 

 

O Que Fazer: 

 

Individualize: A taxa de suor varia enormemente entre as pessoas (e até no mesmo indivíduo dependendo das condições). O ideal é beber líquidos em pequenas quantidades, de 100 a 250 ml, a cada 15-20 minutos (Shirreffs, Sawka, and Stone 2004). Testar sua taxa de suor durante os treinos (pesando-se antes e depois) é a melhor forma de determinar suas necessidades individuais.

Eletrólitos: Para esforços acima de 60 minutos ou em ambientes quentes, a inclusão de eletrólitos é fundamental. O sódio é o principal eletrólito perdido no suor (cerca de 20-80 mEq/L) e sua reposição é vital para manter o volume plasmático e prevenir a hiponatremia (baixa concentração de sódio no sangue) (Shirreffs and Maughan 1998). Outros eletrólitos como potássio também são importantes para a função muscular

 

Carboidratos: Se o exercício durar mais de 60-90 minutos, bebidas esportivas que contenham carboidratos são essenciais para manter os níveis de energia. A recomendação geral é de 30-60 gramas de carboidratos por hora para a maioria dos esportes de resistência, mas em eventos muito longos, pode-se chegar a 90 gramas por hora com fontes de carboidratos múltiplos (Jeukendrup 2014). A concentração ideal de carboidratos em bebidas esportivas geralmente varia de 4% a 8% (Coombes and Hamilton 2000). 

Temperatura: Bebidas resfriadas (entre 15-20°C) são geralmente mais palatáveis e podem ajudar na regulação da temperatura corporal e no esvaziamento gástrico (Maughan and Shirreffs 2008). 

 

Por Quê: Manter a hidratação e o balanço eletrolítico evita a fadiga precoce, o superaquecimento a de que cada gota de suor será transformada em performance, permitindo que seu corpo trabalhe de forma otimizada do início ao fim. 

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3. Hidratação Pós-Exercício: A Recuperação Essencial 

 

Você deu o seu melhor, suou cada gota, e agora? A hidratação pós-treino é a chave para uma recuperação rápida e eficiente. É o momento de repor tudo o que foi perdido e preparar o corpo para o próximo desafio. 

 

O Que Fazer: Pesar-se antes e depois do exercício para ter uma ideia da sua perda de líquidos. O ideal é repor 150% do peso corporal perdido em fluidos nas primeiras horas pós-exercício (Shirreffs and Maughan 1998). Por exemplo, se você perdeu 1kg, beba cerca de 1,5 litros de líquido. Priorize água e bebidas que contenham eletrólitos (principalmente sódio) para otimizar a reidratação e, se necessário, carboidratos para reabastecer as reservas de glicogênio. 

Por Quê: A reposição adequada ajuda na recuperação muscular, na função imunológica e no reequilíbrio geral do organismo. Um corpo bem hidratado recupera-se mais rápido, minimiza dores e está pronto para o próximo round! 

 

Conclusão:


Entendeu por que a hidratação vai muito além de matar a sede? Ela é uma estratégia vital que impacta diretamente sua energia, sua performance e, principalmente, sua saúde a longo prazo. 

Não subestime o poder de um corpo bem hidratado. Escute os sinais, planeje sua ingestão de líquidos e considere o apoio de soluções desenvolvidas para atletas que garantam a reposição completa do que você perde. NA DOBRO, entendendo as necessidades de quem se move, oferece opções que podem ser suas aliadas nessa jornada, fornecendo os nutrientes e eletrólitos necessários para que você atinja seu máximo potencial

 

Sua melhor versão começa com cada gole. Mantenha-se hidratado, mantenha-se forte. Seu corpo agradece, e seus resultados também! 

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Conteúdo desenvolvido pelo médico Dr Thiago Siervo Camargo Neves – CRM-SP: 155.269.

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Referências 

 

  • Coombes, J. S., and K. L. Hamilton. 2000. "The Effectiveness of Commercially Available Sports Drinks." Sports Medicine 29 (3): 181–209. 
  • Convertino, V. A., L. E. Armstrong, and E. F. Coyle. 2012. "American College of Sports Medicine Position Stand: Exercise and Fluid Replacement." Medicine & Science in Sports & Exercise 44 (2): 365–85. 
  • Jeukendrup, A. E. 2014. "A Step Towards Personalized Sports Nutrition: Carbohydrate Intake during Exercise." Sports Medicine 44 (sup1): 25–33. 
  • Maughan, R. J., and S. M. Shirreffs. 2008. "Development of Hydration Strategies for Athletes." International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism 18 (2): 195–207. 
  • Maughan, R. J., and S. M. Shirreffs. 2019. "Hydration and Performance." In Hydration and Human Health, 1–17. Cham: Humana Press. 
  • Sawka, M. N., L. M. Burke, E. R. Eichner, R. J. Maughan, S. J. Montain, and N. S. Stachenfeld. 2007. "American College of Sports Medicine Position Stand. Exercise and Fluid Replacement." Medicine and Science in Sports and Exercise 39 (2): 377–90. 
  • Shirreffs, S. M., and R. J. Maughan. 1998. "Volume and Content of Ingested Fluid Play an Important Role in Rehydration after Exercise-Induced Dehydration." American Journal of Physiology-Regulatory, Integrative and Comparative Physiology 275 (5): R1339–R1346. 
  • Shirreffs, S. M., M. N. Sawka, and M. Stone. 2004. "Water and Electrolyte Requirements for Exercise." Journal of Sports Sciences 22 (1): 57–65. 
  • Thomas, D. T., K. A. Erdman, and L. M. Burke. 2016. "American College of Sports Medicine Joint Position Statement. Nutrition and Athletic Performance." Medicine & Science in Sports & Exercise 48 (3): 543–68. 
  • Volpe, S. L., and J. A. Potteiger. 2009. "Fluid and Electrolyte Needs for Exercise." Journal of Sports Sciences 27 (sup1): S67–S74. 
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